A primeira onda na fixação do homem em um espaço físico,
com o qual construiu intimidade e gerou cultura, história e riqueza foi a agricultura. Alguns milênios se passaram até a revolução industrial, o motor a vapor, elétrico e, finalmente, o motor a explosão. Esta segunda onda cimentou as cidades, alicerçou as nações e é responsável pela feição que o mundo tem hoje, sem tirar nem pôr o belo e o feio. Estas passagens produziram transformações e mudanças tão radicais como as que vivemos hoje.
E muito do que está acontecendo neste terceiro milênio é fruto e consequência de uma nova onda gigantesca em que estamos mergulhados: a revolução pós-industrial.
Assim, de repente, o que parecia sólido começou a se desmanchar…no ar.
Parece pouco, mas informática, robótica, telemática, sistema de fibras, óticas, internet e toda a explosão tecnológica que disponibilizam novidades a cada segundo estão trazendo consequências mais profundas do que se pode imaginar.
As exigências da moderna economia derrubaram o muro de Berlim, sepultaram a União Soviética e trincaram o modelo de desenvolvimento brasileiro. O país construiu uma base industrial, comercial, agrícola e de serviços própria e sofisticada; criou um sistema financeiro complexo; uma articulação internacional cada vez mais emaranhada e transformou-se numa liderança regional importante. Porém, a já enorme desigualdade social aprofundou-se ainda mais.
A velocidade da informação imprimiu transformações nas linhas de produção, cada vez mais interligadas a sistemas em que a ciência pura, pesquisa e seus desdobramentos tecnológicos e produtivos se processam em cadeia. E nisto que reside a terceira onda de revoluções no eixo e destino da humanidade.
Em meio a todo esse progresso, a maior das transformações é aquela que o Homem ainda precisa empreender no Brasil: a aceleração das reformas que resgatem a imensa dívida social com a população faminta, desesperada, desempregada, roubada, mantida à margem, virando lixo nas esquinas, pontes e viadutos.
O Colégio da Companhia de Maria, cumprindo a missão delegada por sua fundadora, Santa Joana de Lestonnac: “Servir e educar de maneira sempre nova”. Esta é sua marca clássica: a certeza que atravessou o tempo, resistiu a movimentos passageiros, fazendo combinações inusitadas, capazes de elevar a qualidade espiritual e cognitiva do Ser, no sentido de dotá-lo da compreensão de sua missão como Homem e as exigências que a vida virtuosa impõe para si e para o outro.
Cabe-nos, como seguidores de Joana de Lestonnac, religiosas e leigos, acolhermos este legado, dando-lhe continuidade, expressando-o de maneira sempre renovada e enriquecedora, através desse ato criativo e criador, que é educar.
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